Por Rachel Pieh Jones
Havia passado dez dos meus doze anos de maternidade na África, então quando uma amiga americana mencionou as guerras entre mães, tive que perguntar a ela o que era aquilo.
Aparentemente, de acordo com o que ela me informou, existe um campo de batalha entre as mães onde as mães se colocam umas contra as outras sobre temas como a alimentação dos bebês, qual escola escolher, alimentação saudável, disciplina das crianças, e muito mais.
Você é mãe o bastante?
A Time Magazine juntou-se recentemente à briga com a foto de capa de uma jovem mãe amamentando seu filho de quatro anos sob o título “Are You Mom Enough" (Você é mãe o bastante)?
Desta edição da Time, da televisão, do Facebook, dos blogs e do Pinterest a mensagem que se grita às mães é a seguinte: a menos que você esteja em forma para correr maratonas, amamente até a idade da pré-escola, possua uma casa perfeita e decorada com criatividade, cuide de um jardim que floresça, prepare três refeições caseiras por dia, trabalhe em um emprego muito importante e dê a seu marido massagens sensuais e especializadas antes de dormir, você não é “mãe o bastante”.
No entanto, do meu ponto de vista, a guerra das mães acabou. Pronto. Concluída. Kaput.
E eu a perdi.
Não sou mãe o bastante. Nunca fui, nunca serei.
Mas estou na linha de frente de outra guerra. As batalhas são violentas e as baixas podem ser meus filhos, meu marido ou eu mesma. Esta guerra não é sobre eu ser “mãe o bastante”. Esta guerra é sobre Deus ser “Deus o bastante”.
Deus é Deus o Bastante?
Deus é “Deus o bastante” quando minha filha cai do telhado e o hospital mais próximo fica a duas horas de carro e a quatro horas de avião? Deus é “Deus o bastante” quando uma amiga querida e uma mãe dedicada é diagnosticada com câncer? Deus é “Deus o bastante” quando a solidão e o choque cultural se infiltram como uma cobra e me apertam o coração? Deus é “Deus o bastante” ao pegar meus melhores e manchados esforços em criar filhos e fazer disso algo que lhe traz prazer? Será Deus “Deus o bastante” para inclinar pequenos corações a ele e mantê-los lá?
Cinco pães e dois peixes alimentaram milhares. Um pastor ainda garoto venceu um gigante. Um rei que cometeu adultério e assassinato foi chamado de “um homem segundo o próprio coração de Deus”. Uma prostituta pagã estava na linhagem de sangue de Jesus. Um homem morto e enterrado por dias inalou vida fresca. Uma pária, manchada com uma contínua cor de sangue, foi curada com o toque de uma túnica. O vento e as ondas foram acalmados. O ferrão da morte foi vencido, a maldição removida para sempre.
Deus sempre foi, e sempre será, Deus o bastante.
A batalha acabou, quer eu acredite ou não, quer eu me deleito ou não na suficiência de Deus.
Mãe o Suficiente
De alguma forma, na matemática da graça de Deus:
Mãe (nunca o bastante)
+
Deus (infinitamente suficiente)
=
Mãe o bastante.
Mãe o bastante para acreditar e ser chamada de Escolhida, Filha, Justa, Honrada, Herdeira, Perdoada, Redimida.
Confiando em Deus, por causa de Cristo, eu me erguerei do cemitério das mães vítimas da guerra, vitoriosa e cheia do poder da ressurreição. Vivendo em Sua perfeita suciência, viverei para a maternidade por mais um dia. Nunca sendo mamãe o bastante, mas cheia Daquele que é sempre o bastante.
(Esse texto é um capítulo e foi extraído do livro "Mãe o Bastante", organizado por Tony e Karalee Reinke, com capítulos de Gloria Furman, Carolyn McCulley, Rachel Jankovic e outras. Você pode comprar o livro aqui. )
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