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Por que Estudar os Atributos de Deus?

Foto do escritor: Joel R. BeekeJoel R. Beeke

Por Joel R. Beeke



As Escrituras frequentemente nos convidam a louvar o nome de Deus: “Louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos”(v. 2). O “nome” do Senhor se refere a todos os “nomes, títulos, atributos, ordenanças, palavras e obras de Deus... as coisas por meio das quais Deus se faz conhecer”– incluindo toda a Sua glória e fama reveladas. O Salmo 76.1 diz: “Em Judá é Deus conhecido; o seu nome é grande em Israel”. O nome do Senhor é a Sua glória (Ex 33.18-19; Sl 102.15) e o objeto de oração e adoração (Gn 4.26; Sl 7.17).


Então, como louvamos e exaltamos o “nome” de Deus deforma adequada, reverente e bíblica? É por meio dos atributos que Deus revelou sobre Si mesmo. Bendizemos o nome de Deus de acordo com Seus atributos. Os atributos de Deus são qualidades que estão estreita e permanentemente associadas a Ele, e que usamos para identificá-Lo e expressar “a glória devida ao Seu nome” (Sl 29.2). Os atributos de Deus têm sido o foco da adoração e da piedade do povo de Deus ao longo dos séculos – conforme demonstrado nos resumos bíblicos dos atributos de Deus e ecoados nas confissões da igreja cristã.


Um dos resumos bíblicos mais significativos dos atributos de Deus é a autor revelação divina que ocorreu no Monte Sinai. Moisés havia orado: “Mostra-me a tua glória”. O Senhor disse a Moisés: “Farei passar toda a minha bondade diante de ti”, mas advertiu: “Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá” (Ex 33.18-20). Na manhã seguinte, Moisés se escondeu em uma fenda da rocha e Deus passou por ele, proclamando Seu glorioso nome:

E, passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração! (Ex 34.6-7)

Calvino chamou essas palavras em Êxodo 34 de “a descrição mais clara e satisfatória da natureza de Deus... que pode ser encontrada em qualquer lugar”.


Esses atributos foram declarados por Deus após o êxodo (quando Moisés intercedeu pelos israelitas que quebraram a aliança após o pecado do bezerro de ouro) e foram repetidos pelos israelitas após seu retorno do exílio (que foi a punição pela quebra da aliança):

Levantai-vos, bendizei ao Senhor, vosso Deus, de eternidade em eternidade. Então, se disse: Bendito seja o nome da tua glória, que ultrapassa todo bendizer e louvor.... ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te e grande em bondade... ó Deus grande, poderoso e temível, que guardas a aliança e a misericórdia. (Ne 9.5, 17, 32)

Nossa fé bíblica está, portanto, fundamentada nos atributos de nosso Deus que guarda a aliança. Os atributos de Deus O distinguem nitidamente de Suas criaturas, excluem a idolatria e condenam a falsa adoração deste mundo. Esses atributos proporcionam um conteúdo definitivo para o conhecimento do coração do povo da aliança de Deus, dão cor e clareza à adoração e brilham intensamente na obra salvadora de Deus em Cristo. O estudo dos atributos de Deus é a alegria de Seu povo, pois conduz à maior das dádivas: o conhecimento do Senhor.


Uma maneira útil de categorizar os atributos de Deus é por meio de duas categorias amplas: a grandeza e a bondade de Deus. Por exemplo, o salmista nos convida a louvar “o glorioso esplendor da tua majestade e tuas maravilhas” e “o poder dos teus feitos tremendos [ou feitos impressionantes]”. Assim, ele exalta o nome de Deus de acordo com Seu atributo de grandeza (Sl 145.3-6). O salmista, então, nos orienta a “divulgar a memória de tua muita bondade e celebrar a tua justiça” (v. 7-9). Assim, ele louva o nome de Deus de acordo com Seu atributo de bondade. O restante do Salmo 145 continua, alternando entre o louvor aos atributos da grandeza (v. 11-13) e da bondade (v. 14-21) de Deus – Sua majestade e Sua misericórdia. Esses conceitos combinados de grandeza e bondade de Deus, senhorio e amor, ou majestade e excelência moral são encontrados em muitos outros resumos bíblicos dos atributos de Deus (Ex 34.6-7; Jr 9.24-10.12; 1Tm 1.12-17).


O atributo de santidade de Deus pode ser considerado a glória de todos os Seus atributos. Ele é “o Santo” – e, portanto, incomparável (Is 40.25), mas também é “o Santo de Israel” – o fiel Senhor do povo de Sua aliança (Is 1.2-4). Assim, a santidade resume tanto a majestade quanto a excelência moral – a grandeza e a bondade – da natureza divina. Ela também define o tom experimental do temor reverencial pelo qual devemos nos aproximar de todos os atributos e obras de Deus, e, ainda assim, com a esperança de Sua santa proximidade com os contritos decoração (Is 57.15).


Meditar sobre os atributos de Deus nos leva ao conhecimento de Deus, mas em um nível humano, pois não podemos penetrar nas profundezas infinitas de Sua glória ou traçar completamente Seus caminhos (Rm 11.33). No entanto, as declarações da Bíblia revelam verdadeiramente quem é Deus: “Deus é Espírito” (Jo4.24); “Deus é luz” (1Jo 1.5); “Deus é amor” (4.8), e assim por diante. Como essas são palavras de Deus, devemos acreditar que são verdadeiras e cheias de significado. Herman Bavinck disse: “Assim como Deus se revela, Ele é”.


É impossível exagerar a importância de tornar os atributos de Deus o foco de nossa atenção, afeição e admiração. Charles Spurgeon disse,

A palavra, o caráter e as ações de Deus devem estar sempre diante de nossos olhos; devemos aprender, considerar e reverenciá-los. Os homens esquecem o que não querem lembrar, mas os excelentes atributos do Altíssimo são objetos da admiração afetuosa e deleitosa do crente.... Esse amor interior pelo que é certo deve ser a principal fonte da integridade cristã em nosso comportamento público.

Louvado seja Deus pelo fato de que, em Cristo Jesus, todos os atributos de Deus assumiram a forma humana e foram direcionados para nossa redenção, nossa recriação à imagem de Deus e a consumação de Seu reino!



 

(O texto acima foi extraído do livro "Sem Igual: 31 Meditações no Caráter e Atributos de Deus" de Joel R. Beeke e Brian Cosby. Você pode comprar o livro aqui.

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