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O Que Jesus Exige dos Cristãos?

Foto do escritor: Erik ReedErik Reed

Por Erik Reed


Cristãos são discípulos de Jesus. Direto e simples, esse é o significado. Discípulos são aqueles que vivem para seguir os ensinamentos de seu Mestre e Senhor. Discípulos de Jesus vivem para segui-Lo. As Escrituras são nosso guia para saber quem é Deus e o que Ele exige de nós. Jesus define os termos e condições do que significa segui-Lo e nos chamar de cristãos. Não podemos personalizar nossa experiência e criar um programa nosso sob medida sobre pertencer a Ele. Não há nenhum recurso customizável e intuitivo para criar uma versão da fé que atenda aos nossos gostos pessoais.


A maioria dos cristãos acenará com a cabeça para o que acabei de escrever, mas muitas vezes negligenciamos e ignoramos ensinamentos claros que Jesus nos dá. Jesus diz algumas coisas muito diretas sobre o que significa ser Seu discípulo. E essas coisas muitas vezes estão faltando em nossos sermões, estudos bíblicos e compreensão pessoal do que significa ser cristão.


E ele disse a todos:

“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo? Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos. — Lucas 9:23-26

Jesus estabelece expectativas para quem vem atrás Dele. Auto-negação é o ponto de partida. Devemos morrer para nós mesmos, nossos sonhos, nossas preferências, nossos desejos, nossa vontade e nossa glória. Nossas vidas não pertencem mais a nós. Se tentarmos salvar nossas vidas e nos apegarmos em busca de nossos propósitos e glória, tentando apenas adicionar um pouco de Jesus a elas, perderemos nossas vidas. Mas se abrirmos mão de nossas vidas e nos rendermos a Jesus, as salvaremos.


São declarações penetrantes. Ele não mede palavras. Discípulos reais não vêem mais suas vidas como suas próprias. Tudo pertence a Jesus. Nossa reação natural, em nossa carne, é protestar que esse preço parece muito alto. “É isso mesmo que Jesus está pedindo?”, “Eu realmente preciso fazer tudo isso para ser cristão?” Sim. Não porque eu estou dizendo, mas porque Jesus diz isso. Estas são as palavras Dele.


O VALOR DE UMA ALMA

Observe o argumento que Jesus usa para nos forçar a lidar com essas condições. Ele diz: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?” É uma pergunta retórica. A resposta é “nada!” Você não ganha nada se ganhar o universo, mas acabar perdendo a si mesmo ou sua alma (Marcos 8:36). Viver uma vida de luxo, aceitação e status não significa nada se você perder sua alma. Jesus está nos dando perspectiva. Quem se importa se todos te amam e te exaltam por oitenta anos de vida, se no final está condenado para sempre? Quem se importa se ninguém nunca diz uma palavra negativa sobre você, se no final você perde sua alma? O que te aproveita o mundo entoar seus elogios, se no final Cristo lhe diz para se afastar Dele (Mateus 7:23)?


As respostas para essas perguntas são simples: ninguém, nada, zero, nadinha. Não há ganho ou recompensa em ter tudo neste mundo, mas gastar nossa eternidade na miséria eterna. E Jesus nos diz claramente que se tivermos vergonha Dele nesta vida, Ele terá vergonha de nós diante do Pai quando retornar em sua glória. Tome nota: se você tem medo de se identificar com Jesus por causa do que vai lhe custar em termos de capital social, Ele não vai se identificar com você quando estiver no seu julgamento diante de Deus Todo-Poderoso (Mateus 10:32-33).


Mas e Pedro? Pedro negou Jesus e tinha vergonha de ser reconhecido como um de seus discípulos. Jesus negou que Pedro pertencia a Ele diante do Pai quando Pedro morreu? Não. Porque Pedro se arrependeu e viveu o resto de sua vida por Cristo. Ele confessou seu pecado de negar Jesus e nunca mais o cometeu. Sua fé em Cristo, e lealdade a Ele, guiou o resto de seus dias. Se temos tido dificuldades de nos identificarmos com Cristo por causa do constrangimento ou medo da rejeição, também devemos confessar e nos arrepender. Assim como Pedro fez, devemos renovar nossa lealdade a Jesus e viver nossa fé em público, independentemente do que isso nos custe. No caso de Pedro, acabou custando sua própria vida o proclamar Jesus como Senhor em todo o mundo.


MAIS DIZERES DIFÍCEIS

Alguns capítulos depois, no Evangelho de Lucas, encontramos Jesus mais uma vez chutando um ninho de vespas através de seus ensinamentos.


Agora grandes multidões o acompanhavam, e ele se virou e disse:

“Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo. Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz. Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”. — Lucas 14:25-33

Note primeiro que grandes multidões acompanhavam Jesus. Sempre que você vê isso nos Evangelhos, deveria se preparar para o que vem em seguida. Sua antena deve subir, colocando-o em alerta máximo de que algo está prestes a acontecer. “Por quê?”, você se pergunta. Porque quando as multidões inchavam ao redor de Jesus, ele tendia a dizer coisas que os afugentassem.


Quando grandes multidões O cercaram em João 6, Ele disse a todos que tinham que comer Sua carne e beber Seu sangue. Isso fez o trabalho. As pessoas foram embora. Não só as pessoas partiram, mas Jesus também não os perseguiu implorando para que voltassem. Ele os deixou andando. Quando eles não conseguiram entender o que Ele queria dizer com “comer minha carne e beber meu sangue”, decidiram que o ensino era muito duro e saíram, Jesus não correu atrás deles para explicar que era apenas uma metáfora ou uma analogia. Ele os deixou andar e então perguntou aos doze discípulos: “Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?” (João 6:67).


Longe de tentar impedir que as enormes multidões O deixassem, Jesus os filtrou com palavras precisas sobre o verdadeiro custo de segui-Lo. Então, quando lemos em Lucas 14 que as multidões eram grandes, não deve nos surpreender que algumas de Suas palavras mais chocantes estão vindo logo atrás.


HATERS

Jesus disse: “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe,e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. Quantas vezes você já viu esse verso estampado em uma camiseta? Você tem canecas de café ou adesivos com ele? Imagino que ninguém tenha isso como seu versículo de vida. Leia de novo.

Aborrecer é “Ódio”.


Jesus nos desafia a reconhecer que ser discípulo não é algo que encaixamos na agitação existente de nossas vidas. Ele vem primeiro. Ele é a peça central. Todos os outros relacionamentos ficam no banco de trás em comparação à Ele. Ele força a re-priorização.

Pense em como isso é ofensivo. Jesus diz às pessoas que devem odiar seu próprio pai, mãe, esposa e filhos para serem Seus discípulos. Jesus era louco? Quem vai odiar sua família para segui-Lo? Ele está mesmo pedindo isso de nós? Claro que não. Ele não está nos dizendo para odiá-los literalmente. Ele é Deus em carne e osso, o mesmo Deus que nos diz para honrar nosso pai e mãe, e amar nossa esposa como Cristo ama a igreja. O convite não é trocar o amor por sua família por ódio, é para amar Jesus a tal ponto que todas as outras relações pareçam com ódio em comparação. É uma linguagem figurativa, mas Jesus está falando com a raiz de nossa lealdade.


Então, se você vai seguir Jesus, e obedecê-Lo te coloca em conflito com seu pai ou cônjuge, a obediência a Jesus vence. Seu pai perde. Sua esposa perde. Seguir Jesus significa que Ele é nosso Senhor e Mestre, e isso significa que nossos filhos, pais, e especialmente nós mesmos, não podem ter esse lugar. Devemos odiar até nossa própria vida. Devemos morrer para nós mesmos e para nossa reivindicação de senhorio sobre nossas vidas. É isso que discípulos fazem. Jesus dá as ordens. Sua Palavra supera a palavra de todas as outras pessoas, incluindo a nossa.


É por isso que Jesus diz em Lucas 12:49-53: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra e bem quisera que já estivesse a arder. Tenho, porém, um batismo com o qual hei de ser batizado; e quanto me angustio até que o mesmo se realize! Supondes que vim para dar paz à terra? Não, eu vo-lo afirmo; antes, divisão. Porque, daqui em diante, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, e dois contra três. Estarão divididos: pai contra filho, filho contra pai; mãe contra filha, filha contra mãe; sogra contra nora, e nora contra sogra”.

Note a linguagem novamente acerca de divisão. Ele diz que não veio para trazer paz na Terra. O que isso significa? Pensei que Jesus fosse o Príncipe da Paz. Ele é. Mas Ele dá paz à pessoa que entrega sua vida para segui-Lo. Dá paz ao coração inquieto que precisa de redenção, reconciliação, e descanso de seu cansaço e problemas. Sua oferta de paz não significa paz com todos os outros no mundo. Há uma razão. Sua vinda causará tumulto.


Lealdade a Jesus produz conflitos dentro de famílias, casamentos e sociedades. As pessoas se dividem com relação a Jesus. Segui-lo, e tomar Sua palavra e obedecê-la, nos colocará em desacordo com muitas pessoas no mundo, incluindo as mais próximas de nós.

Se não tomamos nossa própria cruz e vamos atrás de Jesus, não podemos ser Seus discípulos. O que isso significa? Significa que cada um de nós deve reconhecer nossas alianças e devoções. Cada pessoa deve aceitar o custo do discipulado. Há coisas com as quais toda pessoa precisa se separar para seguir Jesus.


Cristãos não adicionam um pouquinho de Jesus em nossas vidas; nós radicalmente reorientamos tudo por Ele. Seguir Jesus pode custar-lhe relacionamentos. Pode custar status e popularidade. Ser Seu discípulo vai chamá-lo para abandonar seu pecado ao redor do qual você pode ter construído sua identidade, como ser um mulherengo ou ser gay. Cada pessoa deve tomar sua própria cruz e seguir Jesus, se quiser ser um discípulo. A implicação é que a relutância em pegar sua cruz e seguir demonstra que você não segue Jesus.


Jesus diz três vezes diferentes na passagem as palavras “não pode ser meu discípulo”. Não estamos acostumados a ver Jesus excluindo ninguém. Em nossa cultura, fingimos como se Jesus fosse quem você quer que Ele seja, contanto que lhe dê algum tipo de devoção ou respeito. Mas este texto nos apresenta algo diferente. Ele revela que a menos que você O siga do jeito que Ele exige, não pode ser Seu discípulo. Três vezes, Ele especifica essa realidade. Note isso e não descarte seu significado.


FAÇA AS CONTAS

Jesus termina esses pensamentos desafiadores com duas parábolas. A primeira é sobre um homem que começa a construir uma estrutura que ele não consegue terminar porque ficou sem recursos. Ele não calculou o custo. Não calculou o que precisava para terminar o trabalho. O resultado? Uma estrutura inacabada, pela qual as pessoas passavam e zombavam de seu construtor como um tolo porque não contara o custo.


A segunda parábola é de um rei que sai às pressas para a batalha sem antes determinar que tipo de exércitos oponentes ele vai encontrar no campo de batalha. Quando ele chega, descobre que a derrota de seu exército é inevitável. Então, o rei deve enviar delegados para pedir paz, negociar termos de paz antes mesmo da batalha começar. O rei, em humilhação, se rende antes da luta começar porque não calculou antes de se apressar. Ele não calculou o custo.


O ponto de Jesus nestas parábolas é que se quisermos segui-Lo e ser seus discípulos, devemos calcular o custo primeiro. Ele exigirá tudo de nós. Os termos e condições não são flexíveis. Devoção total e lealdade são a expectativa para Seus discípulos. Então, antes de se inscrever para seguir Jesus, certifique-se de que você está pronto para odiar tudo em comparação. Esteja pronto para carregar sua cruz. Calcule o custo.


Como vimos em Lucas 9, a justificativa de Jesus mais convincente é que manter seu conforto, popularidade e status não são coisas pelas quais vale a pena perder sua alma. Quem se importa se pai, mãe, esposa e filho te aprovam se o Deus Vivo não o fizer? Calcule o custo de seguir Jesus. Mas, uma vez que você calcular, perceba que o custo de não segui-Lo é muito maior.


As palavras de Jesus em Lucas 9 e Lucas 14 soam familiares para você? Esta é a descrição típica da vida cristã que você ouve em sermões e na escola dominical? É assim que a maioria dos cristãos abordam a questão de seguir Jesus? Essas perguntas provavelmente são respondidas com: “Não”. Duvido que muitos responderam com: “Ouvimos isso o tempo todo na igreja. Pelo menos nos desafie com alguma novidade”.

Para muitos cristãos, essas passagens soam como uma mensagem diferente do que é frequentemente ensinado em suas igrejas e ouvidos de seus pregadores. Nossa cultura não percebe que o cristianismo é sobre o que acabamos de esboçar nessas passagens das Escrituras também. Jesus comparou o ato de segui-Lo a uma espada. Vai dividir as pessoas umas das outras, e se você não estiver preparado para segui-Lo com esse tipo de devoção, não pode ser seu discípulo.


 

(Esse texto foi extraído do livro "Segure a Linha" de Erik Reed. Você pode adquirir o livro aqui.)

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