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O Que a Bíblia Diz sobre Questões LGBT?

Atualizado: 6 de mai. de 2024

Por Joel R. Beeke


Muitas vozes ao nosso redor celebram o amor e os relacionamentos homossexuais. O arco-íris, originalmente escolhido por Deus como sinal de Sua graça e paciência com uma raça pecaminosa (Gn 9), tornou-se um símbolo de um movimento exigindo aceitação e condenando todos os que se opõem à atividade homossexual como pecado. O amor, dizem-nos, requer aceitação incondicional de todas as formas de sexualidade, desde que não machuque ninguém. No entanto, Deus não nos disse meramente para amar as pessoas, mas explicou o que significa o amor em muitos mandamentos na Bíblia.

Não podemos jogar fora a Palavra de Deus em nome do amor, mas devemos aprender o que Deus ordena, e obedecê-Lo em amor.

A Bíblia fundamenta nossa compreensão de nós mesmos no relato de nossa criação por Deus. Deus fez o homem à sua imagem, homem e mulher na relação como marido e esposa. Nossa identidade, sexualidade e gênero encontram suas definições na ordem criada por Deus e na obra redentora de Jesus Cristo. Nenhum homem ou mulher, não importa o quão altamente posicionado ou altamente respeitado, tem autoridade para nos dizer quem somos. Só Deus pode fazer isso, e Ele definiu o casamento como a união de um homem e uma mulher em compromisso mútuo e unidade sexual.


O Antigo Testamento revela o descontentamento de Deus contra o pecado sexual, incluindo o pecado homossexual. A destruição da notória cidade de Sodoma pela ira ardente de Deus é um testemunho duradouro da ira de Deus contra a injustiça e a homossexualidade. As leis de santidade proibiam explicitamente o homem de fazer sexo com homens. Em vez disso, o Antigo Testamento apresenta como exemplos homens honrados em amizades próximas e fraternais como Jônatas e Davi.


O Novo Testamento reafirmou as leis do Antigo, mostrando como a homossexualidade se rebela contra a ordem criada por Deus mesmo em seus desejos sexuais por pessoas do mesmo gênero. Coloca a homossexualidade masculina e feminina, junto com outros pecados, sob a condenação de Deus como sintoma de uma sociedade entregue à idolatria orgulhosa em vez de adoração grata ao Criador. No entanto, o evangelho oferece Cristo para aqueles que praticam a homossexualidade, o Cristo que pode lavá-los, santificá-los e justificá-los. A boa notícia que os cristãos proclamam não é heterossexualidade, mas Jesus Cristo, o Salvador de Seu povo para longe de todos os pecados. O Senhor Jesus não veio nem para declarar que “o amor vence”, nem para promover intolerância, mas como Filho de Deus “cheio de graça e verdade” (Jo 1:14).


Este estudo confirmou ricamente a base bíblica de nossa herança confessional reformada. Com base nas verdades bíblicas discutidas neste pequeno livro, podemos afirmar com confiança o que diz a Confissão de Fé de Westminster: “O casamento deve ser entre um homem e uma mulher”.[1] Podemos também declarar corajosamente o aviso do Catecismo Maior de Westminster, quando diz que “sodomia e todas as concupiscências desnaturais (Rm 1:24, 26-27; Lv 20:15-16)” são pecados “proibidos no sétimo mandamento”.[2] Tanto a atividade homossexual quanto seu desejo violam a lei sagrada de Deus.[3] Como acontece com outros pecados contra a lei de Deus, as pessoas devem se arrepender da homossexualidade e serem convertidas, ou “de forma alguma... herdarão o reino de Deus”, como afirma o Catecismo de Heidelberg.[4]


Devemos proclamar amorosamente as boas novas a todos os pecadores, que Deus os chama para vir a Cristo, e todos os que têm fé verdadeira em Jesus Cristo são totalmente perdoados e “pela virtude da morte e ressurreição de Cristo... o domínio do corpo do pecado é neles todo destruído, as suas várias concupiscências são mais e mais enfraquecidas e mortificadas... para a prática da verdadeira santidade”, como diz a confissão.[5] Viva pela fé no Filho de Deus, e embora você terá que lutar diariamente contra os desejos malignos — todos nós o fazemos — você também conhecerá Seu amor e poder.


Em um mundo onde alguns afirmam orgulhosamente sua identidade sexual e orientação contrária às Escrituras, outros lutam com dúvidas e perguntas sobre quem são, e ainda outros lutam silenciosa e fielmente contra desejos que eles sabem ser pecaminosos, encontramos liberdade em crer na Palavra de Deus. Burk escreve: “No mundo de Deus, somos quem Deus diz que somos. Não somos apenas a soma total de nossos desejos sexuais caídos”.[6]

Não deixe que o mundo, a carne, ou o diabo te definam. Se você está em Cristo, então você não é um escravo de nada na Terra. Cristão, sua identidade é a de um servo de Deus por criação, um pecador contra Deus pela queda, um filho de Deus pela redenção, e um santo de Deus pelo Seu chamado.

Paulo coloca desta forma em Romanos 6:11-12: “Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões”.


Também esperamos que as palavras fortes da Bíblia não desanimem ninguém de desenvolver amizades próximas, castas e puras, com pessoas do mesmo sexo. Não há nada de errado em ter amizades próximas com pessoas do mesmo sexo.[7] A ideia moderna de orientação sexual é confusa nesse sentido, pois define a orientação não apenas por desejos sexuais, mas conexões emocionais, autopercepção psicológica e vínculos sociais. Sugere que há algo de “gay” em ser um amigo querido de uma pessoa do mesmo sexo. No entanto, como visto em Davi e Jônatas e muitas outras amizades, podemos desfrutar de relações santas, que honrem a Deus, afetuosas e não-sexuais com pessoas do mesmo sexo.[8] A igreja deve cultivar tais amizades em seu meio.


A igreja também deve receber aqueles que se identificam como LGBT em nossas vidas e cultos, amá-los, fazer amizade com eles, ouvi-los, ensiná-los, alertá-los e servi-los. Em um ambiente polarizado e politizado, tanto cristãos quanto “gays” podem se surpreender ao descobrir um ao outro como seres humanos reais.[9] O amor não é abrir mão de princípios, mas é o coração da santidade. Quando os envolvidos na homossexualidade (e outros pecados) se voltam para Cristo em fé verdadeira e arrependimento pela graça do Espírito, devemos então recebê-los como membros da igreja e não tratá-los como cristãos de segunda classe se continuarem a lutar contra seus velhos desejos pecaminosos. Lembre-se do quanto nós também lutamos.


Por fim, nunca nos esqueçamos que o chamado de Cristo ao arrependimento não se limita a nenhuma classe ou categoria de pecadores. O arrependimento é a essência da vida cristã do começo ao fim. Chamamos a humanidade a se arrepender pela mesma razão que Cristo: amor pelos pecadores. Heath Lambert diz: “O amor requer um chamado terno para o arrependimento. Uma vida desprovida de arrependimento é uma vida desprovida de Cristo”.[10] Quem quer que seja, quando a igreja te chama para se arrepender, entenda que te chama a se juntar a nós enquanto nos arrependemos também.



Breve Declaração Final sobre Homossexualidade

Deus nos ordena a amar nosso próximo como a nós mesmos (Lv 19:18), e não exclui qualquer categoria de seres humanos desse amor, incluindo aqueles que são maus e aqueles que nos odeiam (Mt 5:44-48). No entanto, o amor não é nossa única regra, pois Deus nos ensina o que o amor significa através dos muitos mandamentos de Sua Palavra (Jo 14:15; 1 Jo 5:2). As Escrituras Sagradas do Antigo e Novo Testamento são inspiradas em Deus e suficientes para nos guiar em todas as questões de fé e obediência (2 Tm 3:16-17). Gênero, sexualidade saudável e casamento não são definidos pela humanidade, mas pelo Criador a quem devemos nos submeter, como Cristo disse em Seu ensinamento sobre casamento (Mt 19:4-6).


Estando comprometidos com a Bíblia como a Palavra de Cristo, nós e nossas igrejas devemos confessar que as Escrituras Sagradas ensinam o seguinte:


• Deus criou a humanidade à Sua imagem, com dois gêneros distintos e igualmente valiosos, masculino e feminino, de acordo com seu sexo biológico (Gn 1:27). É contra a vontade de Deus identificar o gênero de uma pessoa de forma contrária à biologia (Dt 22:5).

• Deus instituiu o casamento como a união de um homem e uma mulher (Gn 2:24), fora da qual toda outra atividade sexual é condenada por Deus (Ex 20:14; Ef 5:5-6).


• Deus condena a homossexualidade como um pecado que O ofende. Isso é evidente na destruição de Sodoma (Gn 19; Jd 7), a lei de santidade do Antigo Testamento (Lv 18:22; 20:13), e a reafirmação do Novo Testamento dessa lei (1 Tm 1:9-10).


• A condenação de Deus se estende a todos os desejos e atos homossexuais, por homens ou mulheres, pois é contra a ordem criada por Deus (Rm 1:26-27).


• Atrações espontâneas ou orientação sexual percebida de qualquer forma contrária à Palavra de Deus são pecaminosas, pois as inclinações ou os primeiros movimentos de corrupção original na alma são pecado e mal, mesmo além de uma escolha consciente (Gn 6:5; 8:21; Rm 7:20-21).


• Pecadores impenitentes, incluindo fornicadores, adúlteros e aqueles que praticam a homossexualidade, não têm lugar no reino de Deus (1 Co 6:9-10). Todos os que se recusarem a se arrepender enfrentarão o julgamento justo de Deus no dia de Sua ira (Rm 2:5).


• Em Seu amor soberano e eletivo, Deus ama pecadores de todos os tipos, incluindo aqueles que praticam a homossexualidade (Mt 5:45; Jo 3:16). Ele perdoa e transforma aqueles que Ele salva para que tenham uma nova identidade em Cristo como santos santificados para Deus por Sua incrível graça (1 Co 1:2, 30; 6:11).


• Os verdadeiros cristãos experimentam um conflito interno entre desejos pecaminosos e santos (Gl 5:17), mas o pecado não define mais quem eles são, nem os governa (Rm 6:11, 14). Seu chamado é esperar em Cristo e lutar contra cada desejo maligno (Cl 3:1, 5).


Ao fazer esta afirmação, não endossamos qualquer injustiça, violência ou auto-justiça em relação às pessoas, independentemente de sua identidade ou modo de vida.

Estimamos muito todos os seres humanos, e estamos comprometidos em tratá-los com honra e bondade, mesmo que persistam em pecado (1 Pe 2:17; 3:9-11).

Comprometemo-nos a receber todos que estão dispostos a ouvir a pregação da Palavra de Deus, a abraçar como irmãos e irmãs em Cristo todos que se arrependem e confiam em Jesus Cristo somente para a salvação, e a envolvermos em nosso cuidado espiritual compassivo todos que se unem a nós em busca de graça e força para fugir da cobiça sexual, buscar a paz e a santidade, e viver como peregrinos no caminho para o reino de Cristo.


Cristo vem com graça e verdade para os pecadores (Lc 5:32; Jo 1:14). Desejos e atos homossexuais não são os únicos pecados, nem o pior pecado, pois não é o pecado imperdoável. Uma vez que é possível se arrepender dele pela graça, não precisa inevitavelmente levar à condenação eterna. Confessamos nosso próprio pecado e dignidade do inferno. Cristo morreu por pecadores e ressuscitou — e Ele é nossa única esperança. Nosso chamado a homens e mulheres que celebram desejos eróticos por pessoas do mesmo sexo, ou que participam de atividades eróticas com pessoas do mesmo sexo, é o mesmo que nosso chamado a todos os pecadores:

arrependam-se de seus pecados e creiam no Senhor Jesus Cristo, e vocês serão salvos (Mc 1:15; At 16:31).


[1] Westminster Confession of Faith (24.1), em Reformed Confessions, 4:263. A mesma declaração aparece na Confissão Batista de Londres (25.1) também (4:561). [2] Westminster Larger Catechism (Q. 139), em Reformed Confessions, 4:333. [3] RPCNA, Gospel and Sexual Orientation, 54. [4] “Não podem ser salvos, então, aqueles que continuam vivendo sem Deus e sem gratidão e não se convertem a Ele? De maneira alguma, porque a Escritura diz que nenhum impuro, idólatra, adúltero, ladrão, avarento, bêbado, maldizente, assaltante ou semelhante herdará o reino de Deus”. Heidelberg Catechism, LD 32, Q. 87, in Doctrinal Standards, Liturgy, and Church Order, ed. Joel R. Beeke (Grand Rapids: Reformation Heritage Books, 2003), 66. Embora o Catecismo de Heidelberg não nomeie explicitamente a homossexualidade, ele claramente o inclui sob “ou semelhante”, como a referência a 1 Co 6:9-10 implica. Veja Kevin DeYoung, “Does the Heidelberg Catechism Have Anything to Say about Homosexuality?” The Gospel Coalition blog, 16 de Março de 2002, acessado em 18 de Agosto de 2015, http://www.thegospelcoalition.org/blogs/ kevindeyoung/2012/03/16/does-the-heidelberg-catechism-have-anything-to-say-about-homosexuality/. O mesmo foi afirmado pelos primeiros batistas particulares em sua adaptação do Catecismo de Heidelberg. Veja Hercules Collins, An Orthodox Catechism, ed. Michael A. G. Haykin e G. Stephen Weaver Jr. (Palmsdale, Cal.: RBAP, 2014), 92. [5] Westminster Confession of Faith (13.1), em Reformed Confessions, 4:249. A mesma declaração aparece na Confissão Batista de Londres (13.1) também (4:548). [6] Burk, “Is Homosexual Orientation Sinful?”, 113. [7] Butterfield, Openness Unhindered, 121. [8] Burk, “Is Homosexual Orientation Sinful?”, 112. [9] Veja Glenn T. Stanton, Loving My (LGBT) Neighbor: Being Friends in Grace and Truth (Chicago: Moody, 2014) [10] Lambert, “Is a ‘Gay Christian’ Consistent with the Gospel of Christ?” em Response to Matthew Vines, 79.

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