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Nós Precisamos das Pessoas

Foto do escritor: Scott BrownScott Brown

Por Scott T. Brown


Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” (Hb 10.24,25)


Deus projetou Sua igreja para ser uma experiência face a face. Em Atos 1.4, os santos são reunidos. A palavra bíblica “igreja” (ekklēsia) significa “assembleia” ou “congregação” de pessoas que se reúnem. A igreja primitiva se reunia (At 2.42-47). Por definição, a reunião da igreja é algo que ocorre face a face. Não há nada de remoto nisso. A verdadeira vida da igreja não pode ser experimentada online.


Paulo presume que a igreja se reunirá como sua declaração evidencia: “Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar” (1Co 11.20; 14.26). Lucas documenta essas reuniões face a face no Dia do Senhor (At 20.7). A questão é: isso se encaixa com o seu comportamento? Você se reúne fisicamente, em um só lugar com o povo de Deus, como tem sido feito há milênios? Se você não se reúne pessoalmente em uma igreja local, então você não é um cristão praticante (a menos que tenha algum motivo legítimo). Você está praticando o não-cristianismo.


O texto de Hebreus 10.25 menciona a necessidade de nos reunirmos. Trata-se de algo necessário por ter sido ordenado. O autor corrige as pessoas que estão “abandonando” a reunião. Eles evitavam as reuniões pela falta de desejo e por preferirem fazer outra coisa. Paulo corrige essa tendência por meio da ordem para que eles se aproximem uns dos outros.


Cristianismo midiático

Por favor, não engane seus filhos fazendo-os pensar que a vida de igreja transmitida ao vivo pela internet consista em uma igreja real. Para quem pensa que a transmissão ao vivo do culto represente a verdadeira participação na vida da igreja — da maneira planejada por Deus —, pense de novo. Caso participe de uma transmissão ao vivo (a menos que se encontre doente ou conte com um motivo legítimo), você participará apenas de uma fração da vida bíblica da igreja. Das atividades descritas em Atos 2.42, você só pode participar de um quarto do que Deus planejou. Contudo, a realidade é muito pior que isto. É impossível tomar parte em qualquer atividade que envolva as expressões “uns aos outros” — a marca da verdadeira comunhão cristã. A igreja é uma instituição que se reúne face a face. Não se contente com menos. Seus filhos precisam dela!


Caso exista esse tipo de proposta casual ou online em sua igreja, não se surpreenda se seus filhos procederem do mesmo modo. Tenha certeza de que entendeu este ponto: se a igreja for uma atividade secundária para você, provavelmente ela também será considerada assim por seus filhos. Se seus filhos pensam que a transmissão online do culto equivale à presença na igreja, você os enganou por causa do seu exemplo. Você tem sido um pastor ruim.

Muitos elementos que vivificam e moldam a vida ocorrem nas reuniões face a face, sendo impossível experimentá-las online. Quando a igreja se reúne, todos são expostos a dezenas de forças benéficas. Todos elas atuam sobre você de maneiras diferentes — até mesmo as decepções — de acordo com o desígnio de Deus.


Ame a vida social

Os pais precisam primeiro guardar o próprio coração com o objetivo de ajudar seus filhos a amar a vida socio-espiritual da igreja. Não perca o amor às reuniões. Leve-as a sério. Não seja crítico. Isto é tão importante quanto não envenenar seus filhos. É fácil envenenar as atitudes dos filhos em relação à igreja. Você pode torná-los críticos em demasia. Os pais podem envenenar seus filhos contra a igreja local e outros cristãos para sempre. Eles o fazem quando criticam as pessoas, a pregação, a programação e os líderes da igreja. Isso gera um senso de desconfiança e descrédito que nunca os abandonará.


Se você enfrentar decepções na igreja, não deixe de ajudar seus filhos a perceber sua beleza. Não faça das reuniões uma atividade secundária.


Crie expectativa em relação às alegrias da comunhão

Ajude seus filhos a sentir a expectativa concernente às alegrias da comunhão. O simples fato de dirigir até a igreja pode ajudar a prepará-los. Prepare-se para ajudá-los enquanto dirige. Use o tempo para prepará-los para a ação. A expectativa surtirá efeito na mente deles. Eles estão se preparando de forma passiva para conhecer pessoas e vivenciar os momentos que virão. Por isso que Paulo disse dos romanos: “Desejo ver-vos” (Rm 1.11). Espera-se que todos vocês digam em seu coração: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1). A expectativa de estar na mesma sala com seus irmãos muda toda a dinâmica relacional. Quando nos encontramos no mesmo ambiente, ocorrem algumas coisas em nossa forma de pensar e de sentir que acabam por nos moldar. É algo multifacetado.


• Quando chegamos à igreja, somos recebidos à porta por irmãos que nos cumprimentam. Somos valorizados. Na maioria das igrejas, as pessoas o cumprimentam à porta como se você fosse um rei (ou uma rainha);

• Ao entrar na igreja, você nota o sorriso no rosto das pessoas;

• Você pode detectar a tristeza em uma expressão e a compaixão brota em seu interior;

• Você cumprimenta os visitantes e demonstra interesse pela vida deles;

• Você se dá conta de não ter visto seus irmãos e pergunta como têm passado;

• Você é lembrado de contar com uma grande família: muitos irmãos, irmãs, mães, pais, avós, avôs, tios... Imagine quem quiser: há muitos deles na igreja;

• Você escuta um membro do corpo — um parente espiritual — ler a Palavra de Deus;

• Você ouve o som das vozes dos irmãos a cantar: meu som favorito;

• Toda a congregação canta em uníssono, a uma só voz. Ajude seus filhos a ver e sentir como isso é fantástico.


Ajude seus filhos a sentir a expectativa em relação às oportunidades dadas por Deus nesses momentos.


Diversidade santa

Você é afetado pelos diferentes tipos de pessoas que conhece. A igreja local oferece a você uma santa diversidade. Por exemplo, caso esteja fazendo uma amizade com uma pessoa nova, recém-convertida, ou com alguém particularmente piedoso, conhecedor das Escrituras ou santo, isso afeta você. Seu relacionamento com esses indivíduos ocorre de uma maneira particular.


São necessários todos esses diferentes tipos de pessoas em sua vida. É algo enriquecedor. Ajude seus filhos a enxergarem oportunidade para amar e apreciar esses irmãos. Se você encontrar alguém que vive de forma mundana, você reconhecerá a situação e interagirá com essa pessoa de modo ponderado e em espírito de oração. Seu relacionamento com as crianças se dará de maneira diversa de como trata os idosos. Também a forma como se relaciona com as mulheres é diferente de como trata os homens. Você passa a ter consciência dos órfãos de pai, de mãe ou das pessoas sem filhos, em sua grande família.

Certifique-se de que seus filhos entendam a riqueza disto.


Intimidade santa

Isso é totalmente diferente de um evento midiático online. Quando nos encontramos no mesmo ambiente, sentimos que alguém pode estar deprimido, e outra pessoa feliz. Precisamos lidar com situações desconfortáveis quando postados ao lado de um irmão que o pode ter ofendido. Nas igrejas locais, geralmente existe uma pessoa de quem sentimos certa dificuldade em nos relacionar. Alguns indivíduos são socialmente desajeitados. Outros são distantes por natureza ou mais frios e difíceis de conversar. Deus quer que seus filhos tenham essas experiências. Não os deixe sair daquela igreja sem perceber que elas são benéficas para todos.


Pense em todos os diferentes tipos de pessoas que você encontra na igreja. Há crianças e idosos, solteiros e casados. Todas essas interações são projetadas por Deus para suprir algo necessário. Existe um impacto sutil ao se sentar ao lado de outra pessoa e ouvir o som de sua voz.


Algo subcristão

É fácil perceber como a “igreja” online se encontra abaixo do padrão, mas se trata de algo pior que isso: ela é subcristã. Simplesmente não se compara à reunião presencial para a verdadeira comunhão cristã. É impossível existir a verdadeira comunhão cristã online. Ela é literalmente subcristã. Não emite nem o reflexo da presença do cristão em uma igreja de verdade.


Ajude seus filhos a experimentarem as alegrias da vida na igreja. Estimule-os a provar e observar as belezas do encontro presencial. Leve-os a apreciar as pessoas e a desfrutar da diversidade. Mostre-lhes como funciona na prática a expressão “uns aos outros”. Abra os olhos deles para a “alegria e singeleza de coração” [At 2.46], como Deus planejou. Faça isso para estimular “ao amor e às boas obras” [Hb 10.24]. Faça isso para aumentar a alegria deles.



 

(Esse texto foi extraído do livro "A Família na Igreja: Como Pais São Guias para a Alegria". Você pode adquirir o livro aqui.)

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