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Mulheres de Coragem: Ester, Débora e as Parteiras

Foto do escritor: Sarah IvillSarah Ivill

Por Sarah Ivill


Se alguém precisava combater a mentira de que nossa importância se baseia em nosso sucesso, de acordo com a definição de nossos superiores, esse alguém era uma dupla de parteiras hebreias que vivia no Egito na época do nascimento de Moisés. A história delas está registrada em Êxodo 1.

O povo hebreu vivia escravizado no Egito durante cerca de 400 anos, e surgiu um novo rei que temia o grande número e o poder dos hebreus. Ele os tratou com muita severidade e os oprimiu muito. No entanto, quanto mais eles eram oprimidos, mais cresciam em número e mais se espalhavam pela terra. Por temer e recear que os hebreus se juntassem aos inimigos do Egito caso houvesse uma guerra, e lutassem contra os egípcios e depois fugissem da terra, o rei decidiu que algo deveria ser feito. Ele ordenou às parteiras hebreias que matassem os filhos das mulheres hebreias ao nascerem. Em vez de obedecer ao rei, as parteiras hebreias obedeceram ao Rei dos reis e deixaram os meninos hebreus viver. As parteiras colocaram a própria vida em grande perigo ao procederem assim e, por fim, o rei as chamou para um interrogatório. Em uma resposta inteligente, elas atribuíram o fato de não terem cumprido as ordens do rei ao fato de as mulheres hebreias darem à luz rápido demais para que pudessem cumprir a ordem. O Senhor protegeu as parteiras da punição, e o povo hebreu continuou a crescer em tamanho e força. E até concedeu uma família a cada uma delas porque elas o temeram em vez de temer o rei egípcio (v. 15-22).

O que teria acontecido se essas parteiras temessem seus superiores em lugar de Deus? Toda a história da redenção teria sido ameaçada. Em vez disso, essas mulheres levaram muito a sério a tarefa que Deus lhes concedera e elas O serviram em vez de fazerem o que elas mesmas ou o rei desejavam. Elas creram que sua importância se baseava no sucesso aos olhos do Salvador, e não na importância baseada no sucesso aos olhos do superior.

Devido à obra de Cristo, nossa importância se baseia no sucesso de nosso Salvador. E nosso Salvador não apenas foi bem-sucedido em todos os aspectos da lei de Deus, Ele também satisfez a ira divina. Essas duas mulheres eram heroínas aos olhos do rei? Não, elas falharam totalmente no cumprimento de sua ordem. Mas elas foram heroínas ao servirem ao Herói, e isso faz toda a diferença.

 

Uma mãe em Israel

As Escrituras relatam uma outra heroína a serviço do Herói em Juízes 4—5. Durante alguns dos dias mais sombrios da história de Israel, o Senhor levantou uma mulher chamada Débora para ser a juíza que libertaria Seu povo, em antecipação do maior e último Juiz, Jesus Cristo, e da libertação do Seu povo da opressão do pecado. Além de juíza, Débora era profetisa, esposa, mãe em Israel e ajudante. Ela chamou um homem, Baraque, à responsabilidade, instando-o a considerar a palavra do Senhor. Mas Baraque não aceitava obedecer sem Débora a seu lado. Então, Débora se levantou e subiu com ele ao monte Tabor. Ela não apenas o acompanhou, também o orientou com bons conselhos, encorajando-o a todo momento a obedecer a Deus e a depositar sua confiança Nele. Débora cria que o Senhor estava lutando a batalha à frente deles, e de fato Ele estava. Sob a luz da vitória, Débora e Baraque cantaram uma canção ao Senhor. E Débora fez o que todo líder piedoso faz: deu glória a Deus e elogiou o povo pelo papel desempenhado na vitória.

Débora recebeu a oportunidade perfeita para se gloriar de seu sucesso e suas conquistas. Afinal,

 

A vida na aldeia cessou, cessou em Israel,

Até que eu, Débora, me levantei,

Surgiu uma mãe em Israel. (Jz 5.7)

 

Mas essa mãe em Israel, uma líder confiante e competente, rendeu toda a glória ao Senhor Deus por saber que venceu a batalha não por seu sucesso, ou sua espiritualidade, mas pela força de Deus. Você e eu teremos oportunidades em nossa vida de nos gloriarmos em nosso sucesso e espiritualidade, mas não devemos fazê-lo. O Senhor Deus nos concedeu nossos dons, e eles são dons da graça. Se nos gloriarmos, devemos nos gloriar no Senhor (Jr 9.23,24; 1Co 1.31).

 

O melhor momento de Ester

Além das parteiras hebreias e Débora, o livro de Ester conta uma história em que uma mulher acreditava que sua importância se baseava em seu Salvador, e não na definição de sucesso provida por seus superiores. Ester era uma bela e jovem virgem judia convocada para um concurso de beleza por um rei indigno. Ele dispensou sua esposa com raiva quando esta se recusou a exibir sua beleza diante do povo e dos príncipes — como ele havia ordenado (Et 1.12; 2.8). A preparação para o concurso de beleza durou doze meses, e sete moças cuidaram de Ester (2.12). Se ela “era jovem bela, de boa aparência e formosura” (2.7) antes do ano dos tratamentos de beleza, ela deve ter ficado deslumbrante ao final deles. E o rei também pensou assim, pois a escolheu para ser sua esposa, a nova rainha (2.17) dentre todas as mulheres que desfilaram diante dele.

Ester era a mulher de Deus para a hora certa nesse período da história da redenção. Ele levaria adiante Seus planos e propósitos por meio dela. Por sua submissão ao tio, Ester salvou a vida do rei (Et 2.19-23) e, por causa de sua coragem, convicção e bondade, salvou a vida dos judeus quando um funcionário maligno do governo convenceu o rei de um plano para matar todos os judeus (3.5,6). Ela colocou sua própria vida em risco para salvar seu povo quando tratou do seu plano com o rei (4.11; 5.1-7; 7.3,4; 8.3-6). Embora fosse contra a lei, sob pena de morte, aproximar-se do rei sem que ele a convocasse, ela estava disposta a ir em nome do povo de Deus. Ela demonstrou fé ao pedir que os judeus jejuassem em seu favor durante três dias antes de seu encontro com o rei (4.16). Ela reconheceu que a graça aos olhos do rei só poderia vir de Deus.

Ester só foi capaz de realizar seus feitos por crer que sua importância e segurança vinham do Senhor, e não de sua aparência ou de seu senhor. O mesmo será verdade para você e para mim. Seremos capazes de realizar o que Deus preparou de antemão para realizarmos somente quando percebermos que nossa importância e segurança estão enraizadas em nosso Salvador.

 


 

(O texto acima foi extraído do livro "Nunca o Bastante: Confrontando Mentiras sobre Aparência e Sucesso com a Esperança do Evangelho" de Sarah Ivill. Você pode comprar o livro aqui. )

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