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Deus Está Mesmo Lá Fora?

Foto do escritor: Vaneetha Rendall RisnerVaneetha Rendall Risner

Por Vaneetha Rendall Risner


“Deus, se você é real, por favor, me mostre”.

Ele estava desesperado. Na prisão. Desesperançado. Sua vida era uma bagunça e ele pensou em dar uma chance a Deus. Se Deus existisse, isto é.


Então, ele orou. E esperou. E procurou sinais de Deus. Não havia respostas escritas no céu. Mas lentamente, Deus trouxe pessoas, circunstâncias e livros para abrir seus olhos. Um companheiro de cela aleatório lendo um livro cristão da Christian Library International passou adiante. O que levou a um estudo bíblico. E um mentor através da CLI. Logo ele soube. Sem dúvida. Este Deus sobre o qual ele tinha ouvido falar era real de fato. E o tinha chamado de fora da escuridão para a luz. E o mundo dele nunca mais seria o mesmo.


Enquanto ouvia o palestrante, agora fora da prisão e servindo no ministério em tempo integral, fiquei grata e espantada. Grata por Deus nos chamar sem méritos nossos. E que ele use pessoas, circunstâncias e ministérios para nos mostrar sua verdade. Espantada por eu ter falado essas mesmas palavras a Deus na noite anterior àquela em que ele revelou-se a mim. “Deus, se você é real, por favor, me mostre”.


Desespero

Minha história era bem diferente, mas minhas palavras foram ditas em meio ao desespero também. A vida não estava saindo do jeito que eu queria. Meus dias pareciam sem sentido. Minhas muitas perguntas pareciam irrespondíveis. Deus não podia ser real, eu tinha presumido. Tinha desistido de acreditar em Deus muito tempo antes. Havia pouca evidência dele no meu mundo. Minha vida tinha sido difícil.


Depois de contrair pólio quando criança, passei grande parte da minha infância no hospital, isolada dos meus pais, da minha irmã e dos meus colegas. Enquanto a vida hospitalar era solitária, era menos dolorosa do que o bullying constante que eu experimentava no mundo real. Quase todos os dias, ouvia a palavra aleijada. Durante o ensino fundamental e médio, enterrei a dor daquela provocação profunda, mas ela sempre me sussurrava que não tinha valor, que não pertencia, que sempre seria uma estranha. Aprendi a rejeitar meus sentimentos, agradar os outros, a ser a boa garota do lado de fora, enquanto por dentro eu era uma bagunça egocêntrica.


Súplica

Eu cresci na igreja, mas não queria nada com este Deus do qual havia ouvido falar. Mas, ao mesmo tempo, minha vida não tinha alegria — apenas amargura e raiva. Eu sabia que algo estava faltando. Então, uma noite, na escuridão, clamei por Jesus. Queria que o assunto se resolvesse. Eu me perguntava se Deus era real. Então, eu simplesmente sussurrei: “Deus, se você é real, por favor, me mostre”. Minha pergunta foi sincera, e esperei por uma resposta, alguma indicação de que tinha sido ouvida. Quando nada aconteceu, virei-me e dormi, minhas suspeitas se confirmaram.


Quando acordei no dia seguinte, perguntava a mim mesma se conseguiria uma resposta. Eu não esperava que sim. Mas para ter certeza, decidi ler a Bíblia. Esticando a mão à minha cabeceira, puxei uma cópia novinha da Bíblia que tinha ficado lá intocada por anos.

Passando sem rumo através das páginas, eu lia quaisquer passagens em que meus olhos pousavam. Elas não faziam sentido. Como de costume. Levítico tinha regras estranhas e Crônicas tinha páginas intermináveis com listas de nomes. Eu estava prestes a guardar a Bíblia, convencida de que Deus realmente não era real, quando parei para fazer uma pergunta.


Iluminação

“Por quê? Por que tudo isso aconteceu comigo? Se você é tão amoroso, por que eu tive poliomielite? Por que tive que lutar a vida toda? Como você pode ser bom?” Eu dei uma passada na Bíblia procurando respostas. Ela caiu aberta no Evangelho de João e comecei a ler em João 9:


Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9:1-3)

A explicação de Jesus era um pouco diferente da pergunta dos discípulos: eles estavam focando na causa da deficiência deste homem, enquanto Jesus falou sobre o propósito por trás disso. De acordo com Jesus, isso não foi uma punição ou mesmo um infortúnio aleatório. Tinha sido planejado o tempo todo por Deus. Essas palavras me tiraram o fôlego. Deus estava me respondendo. Eu - arrogante, com dó de mim mesma, com raiva - estava sendo respondida pelo Deus do universo.


Meu sofrimento tinha um propósito: trazer glória a Deus. Para alguns, essas palavras podem parecer intrigantes. Talvez até perturbadoras. Mas quando são faladas a você pelo Deus do universo, essas palavras mudam tudo. Foi o momento mais incrível da minha vida. Nunca esquecerei dele. Mesmo agora, ao me lembrar daquela manhã, isso me leva às lágrimas. Assim como Deus abriu os olhos de um cego para trazer glória a si mesmo, Deus estava abrindo meus olhos. Pela primeira vez, pude vê-lo. Sentir sua presença. Entender que ele era real.


Salvação

Fechei minha Bíblia e me ajoelhei ao lado da minha cama. Quando o sol raiou no meu quarto, entreguei minha vida a um Deus que eu não conhecia, mas tinha certeza que ele me conhecia. Ele me criou com um propósito: para lhe trazer glória. E tudo o que eu tinha sofrido na minha vida era para alcançar esse fim.


Deus, que me conheceu, assim como a cada um de nós, antes da fundação do mundo, nos chama de forma única. Não baseado em nada que fizemos, mas baseado apenas em sua graça irresistível. E esse chamado muitas vezes começa com ele respondendo uma simples oração. Não uma pergunta teológica nem elaborada. Apenas um clamor sincero.


Então, se você não conhece Jesus, você consideraria orar: “Deus, se você é real, por favor, me mostre?”


E então, olhe em volta para ver como ele está respondendo a você.


 

(Esse texto é um capítulo e foi extraído do livro "As Cicatrizes que Me Moldaram" de Vaneetha Rendall Risner. Você pode comprar o livro aqui. )

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