Decida Compartilhar sua Fé: Mesmo Quando Não é Fácil
- Ray Comfort
- 20 de nov. de 2023
- 5 min de leitura
Atualizado: 23 de jan. de 2024
Por Ray Comfort
Era uma tarde de domingo muito agradável no sul da Califórnia, com pouco vento e um céu azul quase sem nuvens. Enquanto andava de bicicleta, comecei a elaborar minhas perguntas para uma entrevista em vídeo. Muitas vezes, decido fazer uma pergunta interessante e envolvente antes de falar com as pessoas. Aconselho você a fazer o mesmo. Nesse dia em particular, sentindo-me inspirado pelo bom tempo, resolvi falar sobre o céu azul: “Já ouviu o ditado popular “A intimidade gera desdém”? Isso acontece quando algo é tão conhecido que o tomamos por certo. Não pensamos duas vezes. Uma dessas coisas é o céu azul-claro. Nós cremos que ele sempre estará assim. Você já olhou para o céu e ficou maravilhado com a beleza dele?”. Em seguida, perguntaria se a pessoa já havia pensado sobre quem fez o céu: “Você já pensou na grandeza de Deus e no que Ele exige de você?”.
A primeira pessoa com que falei estava sentada em um carro SUV fumando um cigarro. Dirigi-me até ele e perguntei: “Você estaria interessado em dar uma entrevista para o YouTube?”.
Ele disse que não. Nem mesmo por um cartão grátis do Subway. Também não demonstrou interesse em revelar seus pensamentos sobre a vida após a morte.
Eu disse: “Tudo bem. Sem câmera. Você acha que existe vida após a morte?”.
Ele declarou que não sabia.
Eu falei: “Bem, você com certeza está tentando apressar o dia fumando cigarros”.
Ele respondeu que não conseguia parar. Ele começou quando tinha 14 anos e agora contava 50. Nos momentos seguintes, conversamos sobre como os adolescentes se sentem diferentes com um cigarro na mão — como, nessa idade vulnerável, um cigarro pode dar confiança e fazer você se relacionar com seus amigos.
Então levantou uma garrafa de cerveja para me mostrar que também estava bebendo enquanto estava sentado no carro.
Eu disse: “Tem certeza de que não quer aparecer na câmera? Você renderia uma entrevista muito interessante”.
Ele foi tão inflexível quanto antes, com relação a não querer dar uma entrevista, mas disse que costumava ir ao parque apenas para se sentar em seu carro, fumar e beber álcool, “e talvez na próxima vez que eu o veja, possamos ter uma entrevista”.
Eu ri e disse que da próxima vez que ele me visse provavelmente se esconderia.
Ele riu disso, então eu disse: “Deixe-me falar com você sem a câmera. Se o céu existe, você vai para lá? Você é uma boa pessoa?”.
Ele disse que sim, mas depois do exame dos Dez Mandamentos, ele se percebeu culpado de mentir, roubar, blasfemar e cometer adultério no coração.
Em seguida, conversamos sobre sua culpa no Dia do Juízo, acerca do fato de eu me importar com ele e a respeito de Cristo ter morrido pelos pecados dele. Ele respondeu que era católico romano, então expliquei a diferença entre o catolicismo e o cristianismo bíblico.
Quando perguntei se ele tinha uma Bíblia em casa, ele disse que sim, mas que era no formato de letra pequena e ele não lia muito. Eu o encorajei a pensar sobre o que havíamos conversado e dei a ele um vale-presente do Subway para jantar naquela noite.
Depois que o deixei, mantive os olhos abertos para alguém conversar comigo sobre o céu azul. Vi três jovens parados no topo das arquibancadas do campo de beisebol e fiz minha pergunta usual sobre aparecer diante da câmera. Eles eram um pouco tímidos, mas um parecia aberto. Quando soube que os três tinham menos de 18 anos e, por lei, não podiam ser filmados sem o consentimento dos pais, eu disse: “Sinto muito, vocês não podem aparecer, mesmo que queiram. É preciso ter mais de 18 anos para ser entrevistado. Deixem-me, no entanto, fazer uma pergunta. Vocês acham que existe vida após a morte?”. Dois deles achavam que sim. Mas um (chamado Caleb) disse que não. Quando afirmei que Caleb era um nome bíblico [Calebe], ele sorriu e disse que todos sempre o lembravam disso. Ele parecia confiante e disposto a ouvir, então compartilhei o evangelho, certificando-me de que os outros dois pudessem ouvir. Embora estivessem a cerca de seis metros de mim, os três ouviram uma breve apresentação do evangelho.
“Caleb, você gostaria de receber um vale-refeição de 5 dólares do Subway para jantar esta noite? Posso dar um a você e uma para cada amigo”.
Eles ficaram nitidamente surpresos, desceram das arquibancadas, pegaram os vales e se sentaram à minha frente enquanto eu anunciava o evangelho com mais detalhes — como Jesus pagou a pena e como Deus agora pode nos dar legalmente a vida eterna.
“Algum de vocês tem pensamentos suicidas?”.
Caleb disse que sim, então deixei para ele meu livro sobre como combater a depressão e os pensamentos suicidas.
Não consegui usar o tema do céu azul-claro, mas fui capaz de compartilhar o evangelho de forma clara, e por isso fiquei grato.
Três semanas depois, Sam e eu saímos de bicicleta e orei para que Deus me indicasse alguém. Passei por um carro com a janela do lado do motorista abaixada e ouvi alguém xingando muito alto. Eu me virei e me aproximei do veículo. Era meu amigo fumante e bebedor de cerveja. Ele olhou para mim e disse: “Você me pegou!”.
Sorri e perguntei qual era o problema. Uma abelha havia entrado em seu carro.
Ele disse: “Eu estava com medo de que fosse me picar, pois sou alérgico!”. Ele me relatou alguns antecedentes, explicando que quando era criança levou uma picada na testa e todo o rosto inchou.
Eu disse: “Você sabe quem está encarregado das abelhas, não sabe?”. Apontei para o céu e acrescentei: “Talvez Deus a tenha enviado a você como um alerta”.
Ele concordou. Perguntei se ele havia lido o livro que eu lhe dera duas semanas antes e ele disse que não gostava de ler. Ele tirou o livro do porta-luvas e me mostrou.
“Aquela abelha poderia tê-lo matado. Ela deveria ter incutido o temor de Deus em você, porque é disso que você precisa. Tenho um amigo que teve um aneurisma quando contava 16 anos. Ele estava na escola e caiu no chão. Os médicos pensaram que ele havia batido a cabeça, mas era um aneurisma, e nos últimos 12 anos ele está paralisado do pescoço para baixo. Ele é incapaz de falar ou mesmo de comer. Isso poderia acontecer com qualquer um de nós — isso é um assunto sério. Portanto, pense no fato de que você pode morrer a qualquer momento e na necessidade de considerar seriamente sua salvação”. Este homem precisava tomar uma decisão. Mas nunca teríamos tido essa conversa se eu não fosse determinado quanto ao evangelismo, sempre pronto para compartilhar minha fé.
(Esse texto foi extraído do livro "Qualquer Um Menos Eu: 10 Maneira de Superar seu Medo e Estar Preparado para Compartilhar o Evangelho". Você pode adquirir o livro aqui.)
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