Por Richard Ganz
Quando você quer fazer mudanças em sua vida, pode consultar a Bíblia com confiança. Ela tem as respostas para todos os seus problemas. Deus o ajudará a realizar tudo o que Ele lhe delega para fazer.
Depois de falar em uma conferência, uma mulher se aproximou de mim e disse: “Tudo bem, pensei no que o senhor disse. Sei que minhas crenças fundamentais são importantes. Estou tentando alinhá-las com os ensinamentos da Bíblia, mas isso é difícil de fazer. Parece que minhas convicções são diferentes de minhas emoções. Preciso de algo que me ajude a lidar com as circunstâncias práticas do dia a dia”. Essa mulher está certa ao concordar que precisa incluir a Bíblia de forma mais plena em sua vida.
Quando queremos assumir o controle, precisamos olhar primeiro para as Escrituras. Elas têm as respostas de que precisamos.
Elas são nossa âncora. Muitos, porém, não acreditam que elas sejam mesmo relevantes hoje. Vários pastores que ensinam com base na Bíblia não conseguem aplicar suas verdades porque também, de uma forma ou outra, duvidam da sua relevância. Eles até foram ensinados a pregar assim.
Um pastor me disse: “No seminário, aprendi que não devemos fazer aplicação. Ouvi isso de novo quando fiz cursos de aconselhamento”. De fato, o que ele está dizendo é: “Meu trabalho é ensinar às pessoas verdades que elas possam armazenar em sua mente. Elas têm de decidir como usar essas verdades por conta própria, porque a Bíblia não foi feita para ser aplicada às realidades práticas da vida diária”.
Essa perspectiva está errada e é extremamente danosa! A Palavra aborda isso de forma forte e vigorosa. Uma das cartas a Timóteo ancora a primeira crença fundamental que examinamos no último capítulo. Ela diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16,17).
Essa é uma verdade maravilhosa! A Bíblia toda vem de Deus. Não apenas um versículo ou livro específico. Não somente o Novo Testamento ou o Antigo Testamento.
Toda a Palavra vem de Deus. É seu presente para nós. Por quê? Porque Ele quer equipar, preparar e adequar-nos a toda boa obra que somos chamados a fazer. Em nossos esforços para encontrar respostas significativas aos desafios importantes enfrentados, precisamos parar de fazer uma pergunta específica: Que informações preciso saber? Encontrar as soluções não é uma questão de obter mais conhecimento intelectual.
As respostas para as situações cotidianas se abrem para nós à medida que aplicamos o que Deus nos mostrou em sua Palavra.
Precisamos colocá-la em prática, pois é um princípio que ela mesma ensina: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude” (2Pe 1.3). Em nosso relacionamento com Jesus, temos tudo de que precisamos para viver bem agora!
A questão é simples: Usaremos o que recebemos de Deus para assumir o controle da nossa vida?
Olhe Para Cima
A Bíblia está sempre diante, acima de nós e nos dando mais pelo que lutar. Davi escreveu uma bela canção que resume esse princípio: “Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas o teu mandamento é ilimitado” (Sl 119.96). Nunca conseguiremos atingir o estágio de perfeição ao qual a Bíblia nos chama. Mesmo assim, Jesus nos encorajou a ter uma visão elevada. “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5.48).
Uma razão pela qual achamos tão difícil assumir o controle da nossa vida é porque estabelecemos metas muito baixas.
Contentamo-nos com uma mediocridade que nos leva apenas até certo ponto de nossos objetivos.
Esse comodismo é terrível, mas, ainda assim, dizemos: “Já é meio caminho andado” ou “Devagar se vai mais longe”. Na verdade, o que queremos dizer é: “Só irei até aqui. Estou satisfeito. Por que lutar por mais?”. Arranjamos desculpas para não assumir o controle de forma totalmente comprometida hoje. Não queremos fazer o esforço para conhecer a Deus de maneira mais profunda, pessoal e íntima. Não estamos convencidos de que o estudo da Bíblia, com a sua aplicação diária, seja precioso.
Há alguns anos, dei aulas em uma escola bíblica em Matterhorn, nos Alpes Suíços. Nancy e eu subimos uma trilha na montanha e chegamos a um local onde pensei que estávamos no topo do mundo. A vista era tão incrível que eu só queria ficar parado, exultando no que nos rodeava. Comecei a fazer isso, até que Nancy disse: “Talvez não tenhamos chegado ao topo”. Eu estava suando e cansado demais para continuar, então disse a Nancy: “Como não chegamos ao topo? Veja onde estamos! Isso aqui é incrível. Temos que parar aqui”. Ela disse: “Não. Vamos continuar. Tenho certeza de que há algo além”. Continuamos a caminhar e percebemos que o verdadeiro pico ficava um pouco mais longe. Como o sol estava se pondo, Nancy disse: “Vamos voltar amanhã”.
No dia seguinte, caminhamos vários quilômetros na trilha. Vimos cabras montesas selvagens e lindas flores silvestres que cresciam nas encostas rochosas. Então chegamos ao topo, o verdadeiro cume da montanha. Senti como se tivesse sido levado aos céus, era tão magnífico. Pensei: “E se eu tivesse parado lá atrás e não tivesse ido mais longe? Teria perdido tudo isso”. Da mesma forma, muitos de nós vivemos em uma zona de conforto que parece bastante agradável. Tal como na montanha, assim também acontece em nosso relacionamento com Deus.
Perdemos a verdadeira beleza do Senhor porque não fomos suficientemente longe com Ele.
O que Deus tem reservado para nós é muito maior do que podemos imaginar. Suas perfeições ilimitadas nos aguardam. Ele tem coisas que ultra passam nossa vista e nosso alcance. É muito bom poder parar, olhar em volta e apreciar o lugar onde chegamos. Podemos dizer com toda a segurança: “Deus certamente fez muito por mim. Veja até onde Ele me trouxe”. No entanto, somos chamados a continuar caminhando: “Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14).
Qual é o objetivo de um corredor comprometido e disciplinado, esteja ele envolvido nas Olimpíadas ou em uma competição de atletismo do ensino médio? Certamente, é fazer a melhor corrida possível e, talvez, cruzar a linha de chegada à frente dos demais competidores. Ao mesmo tempo, se ele fizer uma grande corrida em 99% da distância e decidir parar de correr, não terminará a prova.
Matt Biondi é o exemplo perfeito. Nas Olimpíadas de Seul de 1988, ele nadou em sete provas e ganhou o ouro em cinco. O que é interessante é a prova dos 100 metros borboleta em que ele competiu. Matt liderou todo o percurso, mas, nos últimos dois metros, não conseguiu fazer o que tinha de fazer: não deu a última braçada e bateu na parede. Como resultado, ele foi derrotado por Anthony Nesty, do Suriname, por um centímetro.
É importante que cada um de nós aprenda a correr cada dia do início ao fim.
Essa maratona envolve seguir em frente, avançar até o final e não ficar atolado.
(O texto acima foi extraído do livro "Assuma o Controle da Sua Vida" de Richard Ganz. Você pode comprar o livro aqui.
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