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Você Precisa Parar de Duvidar

Foto do escritor: Rafael SalazarRafael Salazar

Por Rafael Salazar


Em 1973, o renomado teólogo britânico J. I. Packer afirmou: “Hoje em dia, as pessoas zombam das caixinhas de promessas que nossos avós usaram, mas esta não é uma atitude sábia; as caixinhas de promessas podem ter sido usadas de maneira errada, mas a busca pela Escritura e pela oração que elas expressavam estava correta. Isso é algo que perdemos e que precisamos resgatar”. Sinto grande tristeza em dizer que a situação não melhorou desde então.[1]


Em nossa geração, é difícil não perceber a mesma imaturidade reacionária que se manifesta em desdenhosa incredulidade. Essa falta de fé é uma tragédia em todos os sentidos, principalmente porque gera apatia, frieza e desespero na vida das pessoas. Isso não precisa ser assim, podemos e devemos ser cristãos felizes, realizados e plenos na certeza das promessas de Deus. Como disse John Piper, “nos tornamos pessoas amorosas ao confiar nas promessas de Deus”.[2]


Essas promessas sustentaram a fé de inúmeros heróis da tradição reformada ao longo da história. Era um assunto querido por homens como Martinho Lutero, Calvino, Spurgeon, assim como, é claro, os puritanos.[3] Sua confiança inabalável era firmada nessa rocha: a fidelidade de Deus a suas promessas, seladas pelo sangue de Cristo. Essa fundação pode e deve revolucionar sua vida diária. Se você é um crente em Jesus Cristo, se faz parte de Seu povo, então essa é sua porção. As promessas são suas, para serem amadas e apresentadas em oração sincera.


As promessas de Deus são a nossa herança, o combustível da fé genuína. Cada uma delas é mais valiosa do que todas as ações sendo comercializadas hoje na bolsa de valores de Nova Iorque e todos os recursos das maiores 500 empresas listadas pela revista Fortune no ano passado. Wow!

Nenhum bilionário, nem chefe de estado seria capaz de movimentar a quantidade de valor contida em uma promessa de Deus para mim e para você. Se isso te parece estranho, você também foi picado pela peçonhenta Incredulidade. Mas não é o único.

Manter a fé nas promessas de Deus não é um exercício simples. O mundo, a carne e o diabo conspiram para distrair nossa atenção e até mesmo produzir dúvida em nossos corações. É exatamente por isso que precisamos de antídotos poderosos para reverter a tendência de abandonar as promessas de Deus. Alguns deles vêm na forma de livros que podem avivar a fé verdadeira no meu e no seu coração.


Joseph Alleine, um puritano inglês, escreveu o livro "Promessas Preciosas" com o objetivo claro de trazer consolo e graça ao coração dos crentes, inclusive ele próprio. Nele temos uma apresentação das promessas de Deus no formato de uma declaração de Deus para o Seu povo. Sim, eu sei, o formato não é nada convencional. Mas, Alleine acaba proporcionando uma experiência incrível de aplicação da teologia da aliança em nossa vida pessoal. Pense no livro como uma sistematização da teologia da aliança, especialmente do pacto da graça, no formato dos capítulos finais de Deuteronômio. O resultado é um comovente e maravilhoso discurso.


Em sua primeira parte, Alleine apresenta uma introdução à aliança de Deus pela voz de um mensageiro. Sua fala é seguida pela voz do próprio Senhor estabelecendo os termos e conteúdo de Sua aliança para com Seu povo. Essa é, talvez, a seção mais assustadora e incrível da obra. Logo adiante, lemos a voz dos redimidos e sua reação às grandes e preciosas promessas de Deus. Para conclusão, em sua quarta parte, Alleine inclui uma conversa interna que devemos ter com nossas próprias almas. Seria apropriado pensar nessa seção como uma demonstração precisa do conselho de D. Martyn Lloyd-Jones de “pregarmos o evangelho para nós mesmos”.[4]


Esse é um recurso tão incrível e útil para garantir a chama da fé acesa que muitas vezes foi publicado sob o título "O Livro de Bolso dos Santos" (junto com capítulos adicionais no original em inglês). É com muita ênfase que recomendo a todos os cristãos que mantenham livros sobre as promessas de Deus por perto. Se existe uma coisa que cresce naturalmente no jardim do coração humano é a incredulidade. Essa é precisamente a erva daninha amarga que pode matar sua comunhão com Cristo, a raiz de todos os pecados.


Aqueça seu coração e satisfaça sua alma com as grandes e preciosas promessas de Deus.

 

[1] J. I. Packer, O conhecimento de Deus – com guia de estudo (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2014), p. 106. [2] John Piper, Lutando contra a incredulidade (São José dos Campos, Editora Fiel, 2014), p. 17. [3] Para ver mais, de forma sistemática, sobre a teologia da compreensão e o uso das promessas de Deus, consulte Joel R. Beeke e Mark Jones, Teologia puritana: doutrina para a vida (São Paulo, Edições Vida Nova, 2016). [4] Aqui, refiro-me à prática detalhada no livro: D. M. Lloyd-Jones, Depressão espiritual (São Paulo, Editora PES, 2017).

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